Por que o verão encarece sua conta mesmo quando o consumo parece o mesmo?
Picos de demanda, horários de uso e a forma de contratação da energia fazem a conta subir nos meses mais quentes | Imagem: Freepik
Muitas pessoas se surpreendem ao comparar a fatura de energia do verão com a de meses mais amenos e perceber um aumento no valor final, mesmo sem grandes mudanças aparentes no consumo. O motivo está menos nos quilowatts registrados e mais na forma como a energia é utilizada nesse período.
No verão, equipamentos como ar-condicionado, câmaras frias, freezers e sistemas de ventilação passam a operar por mais tempo e, principalmente, ao mesmo tempo. Esse uso simultâneo eleva a demanda de energia, ou seja, o pico máximo que a instalação exige da rede. Mesmo que o consumo total do mês não cresça de forma significativa, esses picos acabam encarecendo a fatura.
Outro fator pouco percebido é o horário de uso. Em muitos casos, o maior consumo acontece justamente nos períodos mais caros do sistema elétrico, quando a rede está mais sobrecarregada. É nesse momento que entram cobranças adicionais, tarifas mais altas e, em alguns contratos, ajustes automáticos que impactam o valor final da conta.
Além disso, o verão costuma coincidir com períodos de maior pressão sobre o sistema elétrico, o que aumenta a probabilidade de bandeiras tarifárias e custos extras repassados ao consumidor. O resultado é uma conta mais cara, mesmo quando os hábitos parecem os mesmos.
Nesse cenário, soluções como a geração distribuída por meio de cooperativas de energia ganham destaque. Ao participar desse modelo, o consumidor passa a compensar parte do consumo com energia limpa, previsível e com valores mais estáveis, reduzindo a exposição a picos tarifários e oscilações típicas do verão.